A empresa que vendeu recebeu, mas não entregou nenhum dos 300 aparelhos pagos
A Polícia Federal deflagrou hoje, 26/4, a Operação Cianose, que investiga a contratação de empresa para o fornecimento de 300 ventiladores pulmonares por mais de R$ 48 milhões, ou mais de R$ 160 mil cada um, durante o primeiro pico da pandemia de covid-19 no Brasil, pelo Consórcio Nordeste – integrado por governos de estados da Região. Na época, o Consórcio era presidido pelo governador da Bahia.
Segundo as investigações, o processo de aquisição desses materiais teve diversas irregularidades, como o pagamento antecipado do valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia relativa a eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim, nenhum respirador foi entregue.
Na ação, da qual auditores da Controladoria-Geral da União também participaram, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em quatro diferentes unidades da federação (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.
Bahia
Em Salvador, a operação é cumprida em um prédio de luxo no Corredor da Vitória. Um dos alvos dos mandados é Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil do governador Rui Costa (PT). O governador é um dos investigados, mas não foi alvo de mandados na ação desta terça.
Por meio de nota, o ex-secretário Bruno Dauster considerou a ação “extemporânea e desnecessária”. Dauster diz que já prestou, de forma espontânea, dois depoimentos, um para a Polícia Civil e outro para a Polícia Federal e diz que sempre se colocou à disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do presidente do Consórcio Nordeste, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e aguarda resposta para complementar a reportagem.
Fonte: Agência Brasil