Maior fração do patrimônio ficou com a ex-mulher que o acompanhou até o momento final e dois meses após a morte de Jô Soares, a ausência definitiva ainda é lamentada por fãs na internet.
Trechos de entrevistas em seu talk show na Globo e de esquetes de antigas atrações de humor fazem sucesso nas redes sociais.
Esse resgate de conteúdo divertido faz as novas gerações terem a reação dimensão da grandiosidade artística do saudoso José Eugênio Soares.
O Sala de TV conversou com algumas pessoas próximas ao apresentador e comediante.
Quando os problemas de saúde se agravaram, ele passou a entrever a proximidade da finitude.
Homem racional, ainda que também de muita fé (era devoto fervoroso de Santa Rita de Cássia), se preparou para enfrentar a morte.
Dono de patrimônio milionário, não tinha herdeiros diretos. Era filho único e teve apenas 1 filho, Rafael, falecido aos 50 anos em outubro de 2014.
O apresentador era grato à ex-mulher, Teresa Austregésilo, que abriu mão da carreira de atriz para se dedicar exclusivamente ao rapaz, portador do transtorno de espectro autista. Ela morreu em março de 2021, aos 87.
Segundo as fontes ouvidas pelo blog, Jô direcionou a maior parte de sua herança para a última mulher, a publicitária Flávia Pedras, 57, com quem foi casado por 15 anos.
Os dois estavam separados desde 1998, mas a amizade só aumentou ao longo do tempo. Quem não se recorda dele citando carinhosamente ‘Flavinha’ tantas vezes na TV?
Foi a ex transformada em melhor amiga – hoje casada com a cantora, compositora e escritora Zélia Duncan – quem cuidou do artista em suas fases de maior fragilidade.
Na madrugada de 5 de agosto, Flávia comunicou a morte de Jô em um post no Instagram.
“Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem”, escreveu.
“Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika”.
Além de ator, diretor, escritor, roteirista e humorista, Jô era artista plástico. Deixou várias obras próprias e peças de outros criadores.
Flávia Pedras ficou com o rico acervo pessoal e artístico. Discretíssima, ainda não revelou se pretende expor o material.
Conhecido entre os amigos pela generosidade anônima, sem se autopromover, Jô também incluiu no testamento alguns funcionários de longa data e absoluta confiança.
De acordo com amigos, ele era um patrão que se preocupava com o bem-estar de quem trabalhava ao seu redor. Ajudava financeiramente e dava presentes.
Tinha um coração maior do que ele.