Gasolina terminou 2024 com aumento superior ao dobro da inflação

A inflação em 2024 deve fechar em torno de 4,9%, quase 10% a mais do que o limite da meta; previsão varia de 3,5% a 4,5%, no máximo

O preço médio do litro da gasolina terminou o ano de 2024 em R$ 6,15, um aumento de 10,2% em relação ao valor cobrado nos postos de combustível do país, na última semana de dezembro de 2023, que era de R$ 5,58. Já o etanol subiu 20,4% no mesmo período, passando de R$ 3,42 para R$ 4,12 o preço médio do litro. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Encher um tanque de 50 litros com a gasolina custaria R$ 307,5.

O levantamento considera a variação ocorrida na semana de 24 a 30 de dezembro de 2023 em relação ao período de 22 a 28 de dezembro de 2024. O diesel S10 registrou elevação de 3,1%. O valor era de R$ 5,94 na última semana de 2023 e de R$ 6,13, na última semana de 2024. E o GLP, o botijão de 13 kg do gás de cozinha, subiu 6,8%, de R$ 100,98 para R$ 107,86.

A Petrobras realizou apenas um reajuste no preço da gasolina nas refinarias próprias ao longo de 2024, de 7,12% ou R$ 0,15 por litro, em 8 de julho. A alta no ano do combustível está ligada à movimentação do varejo e ao encarecimento do etanol anidro, que responde por 27,5% da mistura final da gasolina que vai às bombas. Já o diesel não teve reajuste em refinarias da Petrobras. No entanto, houve alta em refinarias privadas, como a Acelen, que responde por 14% da produção nacional de derivados, ou na importação.

A escalada do dólar nos últimos meses também afeta o preço dos combustíveis. O Brasil importa entre 20% e 30% do diesel que consome, porcentual que cai para algo próximo dos 5% no caso da gasolina.