Tema será debatido no Conselho Nacional de Política Energética para diminuir a incerteza do Brasil diante da guerra no Oriente Médio
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) deve discutir, na manhã desta quarta-feira, 25/6, o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina para conter o preço dos combustíveis diante da instabilidade global provocada pela guerra no Oriente Médio entre Israel e Irã.
A proposta prevê elevar o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e, no caso do biodiesel, de 14% para 15%. A informação foi confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.
Em nota, a pasta explicou que “as medidas, que serão analisadas pelo colegiado, ampliam o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, além de contribuir para a redução de emissões e para o desenvolvimento econômico nacional”.
Técnicos consideram que o aumento da mistura pode trazer consequências para os motores que não são flex por elevar na gasolina o nível do etanol. Tema é debatida há meses, mas sem consenso no Ministério.
“As novas regras também reduzem a dependência brasileira de combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações em um momento de incertezas no mercado global”, detalha o comunicado.
O tema vinha sendo discutido no Palácio do Planalto desde segunda-feira, 23, quando o presidente Lula se reuniu com o ministro Alexandre Silveira.
Segundo fontes do Ministério, o aumento permitirá que o Brasil suspenda parte das importações e reduza a volatilidade dos preços.
No caso do biodiesel, a elevação de 14% para 15% vinha sendo adiada por preocupações inflacionárias. A mudança, no entanto, já estava prevista para março.
Os defensores do biodiesel
Além do etanol, o mercado de biodiesel também será diretamente impactado pela decisão.
A Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), que integra a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, e os grupos Oleoplan e Potencial estarão em frente ao Ministério de Minas e Energia na manhã desta quarta-feira.