Do total confirmado este ano, 45 casos (43%) foram de meningite bacteriana, 28 (27%) viral, 22 (21%) não especificada e 9 (9%) de outras causas
Mesmo com a redução nos registros de casos e mortes, a meningite ainda preocupa autoridades de saúde na Bahia. Em 2025, o estado já contabiliza 572 casos suspeitos e 26 mortes, com predominância da forma bacteriana. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) reforça o alerta: a imunização segue abaixo da meta e o diagnóstico rápido é decisivo para salvar vidas.
A doença, considerada endêmica no Brasil, apresenta casos ao longo de todo o ano. As meningites bacterianas são mais comuns no outono e inverno, enquanto as virais predominam na primavera e verão. “A vacinação é a principal ferramenta para prevenir a meningite bacteriana”, disse em entrevista à Tribuna da Bahia a coordenadora de Imunização da Sesab, Vânia Rebouças.
Do total confirmado este ano, 45 casos (43%) foram de meningite bacteriana, 28 (27%) viral, 22 (21%) não especificada e 9 (9%) de outras causas. Até o momento, não houve registro de surtos no estado, mas a Sesab destaca a importância da vigilância ativa, da coleta rápida de amostras para confirmação e da adoção de medidas como a quimioprofilaxia para contatos próximos, conforme as indicações do Ministério da Saúde.
As macrorregiões com mais casos confirmados são Leste, com 61 registros, Sudoeste (13) e Centro Leste (11). Salvador lidera em ocorrências de meningite bacteriana, com 20 confirmações. Os grupos mais atingidos estão na faixa etária de 30 a 39 anos, seguidos por adultos entre 20 e 29 e entre 40 e 49 anos.
Apesar da redução na incidência, as coberturas vacinais seguem distantes da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. Entre crianças menores de um ano, até 1º de junho, a cobertura era de 81,90% para a pentavalente, 81,24% para a pneumocócica e 77,34% para a meningocócica C. No caso da meningocócica ACWY, indicada para adolescentes de 11 a 14 anos, foram aplicadas 194.633 doses até 11 de agosto, segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), sem percentual consolidado.
Segundo Rebouças, fatores como densidade populacional, desigualdade na rede de assistência e variações na notificação influenciam os índices por município. Ela reforça que todas as vacinas contra meningite estão disponíveis gratuitamente durante todo o ano na rede pública: a meningocócica C, a pneumocócica 10-valente e a pentavalente para crianças, além da meningocócica ACWY para adolescentes e como reforço a partir de um ano.
A Sesab orienta que a população procure atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, náuseas, vômitos, sensibilidade à luz ou manchas na pele. “O diagnóstico e o tratamento precoces salvam vidas”, alerta a coordenadora.
Fonte: Tribuna da Bahia