Mendonça é considerado leal, mas não tão próximo aos Bolsonaro quanto Jorge Oliveira, que deve permanecer na Secretaria-Geral da Presidência
O advogado-geral da União, André Mendonça, é o novo ministro da Justiça. A nomeação de Mendonça foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro publicada nesta terça-feira, 28/04 no Diário Oficial da União. Bolsonaro bateu o martelo na tarde desta segunda, após se reunir com Mendonça e também com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, que até então vinha sendo considerado o candidato mais forte à vaga do ex-juiz Sérgio Moro.
A mesma edição do Diário Oficial traz a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, que era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), como diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo.
Bolsonaro trabalhou com uma lista de nomes, de dentro e fora do governo, mas bateu o martelo na opção “da casa”, ou seja, da própria equipe. Evangélico, Mendonça é considerado extremamente leal, mas não tão íntimo da família Bolsonaro. Além disso, tem mais trânsito fora do governo do que o presidente. Como advogado geral da União, ele conta, por exemplo, com mais acesso a ministros do Supremo Tribunal Federal.
O mais cotado para substituir Mendonça na AGU é o atual procurador geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior.
Entre os nomes de fora do governo que Bolsonaro chegou a sondar para o Ministério da Justiça estão juristas de grande relevância e notoriamente conservadores, como o ministro Ives Gandra Martins, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e o desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Thompson Flores condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no processo do triplex do Guarujá (SP), conduzido por Moro na primeira instância.