O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira, 16/04, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde). Os dois tiveram reunião no Palácio do Planalto nesta tarde. O oncologista Nelson Teich, que também foi recebido pelo presidente nesta 5ª feira, assumirá o posto. A troca foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Teich agradou muito a todos os presentes na reunião. Além de Bolsonaro, 8 ministros estavam na sala. Todos gostaram da conversa.
O presidente refletiu durante a hora do almoço e resolveu decidir de uma vez, sem falar com os demais candidatos ao cargo de ministro da Saúde. A ideia era ficar prospectando mais alguns dias.
A demissão do ministro da Saúde ocorre em meio à pandemia de covid-19, que já provocou 1.924 mortes no país.
Pelo Twitter, Mandetta agradeceu a equipe na pasta e desejou “êxito” ao seu sucessor.
“Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar“, escreveu.
Nélson Teich
Nelson Luiz Sperle Teich é do Rio de Janeiro e tinha fortes defensores dentro do governo. Ele atuou como consultor para a área da saúde na campanha de Bolsonaro em 2018, quando chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Saúde pela 1ª vez e acabou perdendo a vaga para Mandetta.
Em 3 de abril, o oncologista publicou artigo no qual faz considerações sobre as ações de enfrentamento à pandemia da covid-19. Ele defende a criação de uma estratégia que “permita estruturar e coordenar a retomada das atividades normais do dia a dia e da economia” e reclama de “polarização” entre a saúde e a economia.
Teich também criticou abertamente o isolamento vertical, estratégia de enfrentamento ao coronavírus defendida por Bolsonaro, e disse que o chamado isolamento horizontal é a “melhor estratégia“. A discussão a respeito do alcance das medidas de distanciamento social foi 1 dos principais pontos de divergência entre Bolsonaro e Mandetta.
O oncologista foi fundador do grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas) e também teve participação no MDI Instituto de Educação e Pesquisa, no qual era sócio de Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Mandetta.
A empresa foi fechada em 28 de fevereiro do ano passado, mas a relação com Denizar não foi interrompida pelo encerramento da sociedade entre eles. Teich também foi consultor do secretário de setembro do ano passado a janeiro deste ano, segundo o próprio oncologista.