Quem ordena despesa no erário municipal é o prefeito; se nada foi feito até agora pela gestão, a culpa não é da Câmara e quem acha isso precisa conhecer as leis ou faz “demagogia”
A flagrante e desumana omissão da Prefeitura de Candeias, cidade que arrecada R$ 37 milhões por mês, ou R$ 1,23 milhão por dia, em não indicar apoio financeiro nem de alimentos aos candeenses de baixa renda neste momento de crise, não encontra paralelo num mundo.
Com R$ 280 milhões em caixa, a “administração placebo” foi incapaz de enviar à Câmara sequer o Decreto de Calamidade Pública para ser aprovado pelos vereadores quer prometem aprovar medidas que sejam razoáveis para ajudar a população de baixa renda com dinheiro e alimentos, principalmente. E não seriam apenas R$ 50 porque é algo quase insano. E nem isso está certo.
Somente a gestão não sabe quantos são os desempregados, autônomos e vendedores que auferem apenas no dia anterior ou no mesmo dia para alimentar a família. Essas pessoas não recursos para comer, alimentar filhos e muitos menos se deslocar.
Caso comum na gestão
O exemplo maior é o abandono da quase totalidade das creches e escolas municipais apesar dos R$ 47 milhões do Fundeb liberados pela Justiça para uso na educação, em 2018, e outros R$ 70 mi no ano passado, mas que sequer foi utilizado para reforma das instalações físicas, hidráulicas e elétricas e melhorar a qualidade do ensino na cidade. Hoje são mais de R$ 124 milhões e promessas de reformas.
Outro é o descaso evidente e claro é o abandono das instalações públicas sucateadas como os postos de saúde (exemplo o CEO, na Urbis I) e no posto de saúde em Menino Jesus, além do arrocho salarial contra os servidores que prestam um trabalho essencial à população, apesar de R$ 150 milhões em caixa investido nos bancos enquanto quem um dia prometeu, e até jurou, cuidar das pessoas, especialmente, neste momento de crise de pandemia com redução drástica de receita de empresas e cidadãos e cidadãs que trabalham por conta própria e contribui com a cidade quando adquire produtos no comércio candeense.
Cidades menos ricas como Salvador, Camaçari e Itabuna – a receita pode ser maior, mas a população também – já contribuíram com a pessoas de baixa renda como cesta básica, leite e anúncio de ajuda financeira.
Erros comuns da administração
Fechamento da UPA, e o mico na tentativa de reabertura depois do abandono, obras malfeitas, refeitas desperdiçando dinheiro do povo, como as ruas do Ouro Negro (que hoje tem até pai) com verba parlamentar conquistada na gestão do Sargento Francisco, copiar texto e projetos de outras prefeituras que são publicados sem sequer revisão e adaptação, falta de remédios, água mineral, papel higiênico e toalha, outdoors que falam de obras que não terminaram, mas não tem campanha de combate ao Aedes aegypti com mortes por dengue e chikungunya e agora o descaso com o povo abandonado por quem tem “obrigação de fazer” e se omite e ai divulga que a Câmara não faz. E os Redas (Regime Especial de Ajuda a Amigos) que nunca cumpriram prazos nem convocações. E a incrível intervenção judicial no Hospital José Mário dos Santos (Ouro Negro)? De solução aparente a algo que somente Sigmund Freud explica. Finalizando a humilhante entrega do peixe na Semana Santa, a mais vergonhosa da história. Quase chega no Sábado de Aleluia.
A receita anual da Câmara é pouco mais da metade do que arrecada a Prefeitura num mês e está na LO (Lei Orgânica) de todos os municípios e na CF (Constituição Federal).
A Prefeitura precisa ajudar as pessoas, afinal o juramento de Hipócrates vale todos os dias, e não fica suspenso mesmo que não esteja exercendo a profissão. Mesmo porque, todos nascemos iguais e, se é diferente, não frequenta o banheiro.
De fato, é a Candeias que ninguém quer e nunca viu.
Yancey Cerqueira Dr. h.c
Radialista DRT/BA 06