A não ser a ridícula oferta de R$ 50 para cada aluno da rede municipal de ensino – abortada pela reação negativa até de aliados – nenhuma medida foi adota pela “indigestão placebo” para minimizar a falta de renda como consequência do fechamento do comércio e isolamento social
A Cidades das Luzes tem em torno de 5 a 6 mil pais e mães de família desempregados – outras 7 mil pessoas que ganham até 1 salário mínimo, fruto de serviços eventuais ou os chamados “biscates” – e neste momento estão sem receber por causa da pandemia do coronavírus, que afeta quase todos os países do mundo, são “ignorados pelo prefeito que foi eleito pela maioria dessas pessoas há quase 4 anos”. E a quem apelar?
O gasto com os R$ 50 seria de R$ 600 por mês. A prefeitura tem receita de mais de R$ 1,23 milhão por dia, ou R$ 51 mil por hora. Se desse a cada estudante R$ 300 reais, investiria R$ 7,2 milhões, talvez a mesma quantia que gasta com “publicidade em 3 anos“.
Dos 89 mil candeenses, 45,9% da população ou 44,8 mil pessoas, ganha até R$ 522,50 (meio salário mínimo) – dados do IBGE – ou seja, muitos não sequer o suficiente para alimentação da família, a Prefeitura de Candeias – a 7ª que mais arrecada dos 417 municípios baiano e tem R$ 155 mi em caixa – não adotou nenhuma medida para minimizar os transtornos dessa imensa população.
E ainda há quem cobre da Câmara que só pode apoiar porque despesa quem ordena é o prefeito, mas quando quer. Faltava água mineral e papel higiênico nas repartições públicas nesta gestão.
O que fez o gestor?
Fechou o comércio, depois abriu os templos religiosos e igrejas, obriga servidores mesmo com problemas de comorbidade a trabalhar sem proteção – máscaras e EPI’s – ou os ameaça com demissão apesar da falta de transporte para a cidade.
Na quinta-feira, 9/04, promoveu aglomerações desordenadas de milhares de pessoas por longas horas em pontos para receber o peixe e a cesta da Semana Santa numa demonstração de desorganização e colocando em risco milhares de pessoas expostas ao mais letal vírus da história da humanidade.
De novo, a “indigestão placebo” prorrogou a quarentena até dia 30 de abril. A medida segue o decreto do dia 16 de março que suspende o funcionamento de serviços não essenciais como lojas, bares, restaurantes e academias para conter o avanço do coronavírus no município. Empresas estão fechando e trabalhadores sendo demitidos.
E as pessoas de baixa renda?
Contudo, a administração municipal que tem R$ 285 milhões aplicados nos bancos – R$ 155 mi de livre utilização e o restante do Fundeb também parados e com creches e escolas sucateadas – “não adotou nenhuma medida para atender em torno de 27 mil pessoas que hoje têm mais dificuldades de subsistência, ou seja, comprar o pão, o feijão, o leite e o alimento para a alimentação diária.
Ah, a administração, segundo informações de bastidores, estuda adotar uma medida de ajuda financeira, mas apenas quase 30 dias depois que ambulantes, autônomos e pessoas com vulnerabilidade social estarem sem renda que permitiria a aquisição de produtos essenciais para bebês, crianças, adolescentes, jovens e idosos que normalmente têm extrema dificuldade de subsistência. Fome gera inanição, doenças e pode matar.
Essas pessoas podem ficar de “Mãos Limpas”, mas os bancos estão abarrotados de dinheiro público, além do desperdiçado com obras malfeitas, fechamento de UPA e caos na saúde (intervenção inacreditável no HJMS, falta de EPI’s, remédios) há 4 anos e a vergonhosa entrega de peixe para um ou dois dias de quase 30.
Yancey Cerqueira, Dr. h.c
Radialista DRT/BA 06