Disparada da moeda foi causada pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e as decisões sobre juros dos bancos centrais do Brasil e dos EUA
O dólar fechou em alta de 1,43% nesta quinta-feira, 1°/8, cotado a R$ 5,734. A disparada da moeda foi causada pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e as decisões sobre juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos.
A cotação desta quinta é a maior desde 21 de dezembro de 2021, quando a divisa fechou em R$ 5,739 durante a crise da pandemia de covid-19. No acumulado do ano, o dólar já subiu 16,52%.
Já a Bolsa fechou em queda de 0,20%, aos 127.395 pontos, revertendo os ganhos que havia registrado no início da sessão.
A justificativa para a disparada do dólar recai no acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio, na visão de André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.
Um dia depois do ataque que matou Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Terãa, o governo de Israel anunciou a morte do chefe da ala militar do grupo terrorista da Faixa de Gaza. Mohammed Deif morreu, segundo o Estado judeu, em um bombardeio no mês passado.
“O ataque de Israel é muito significativo, porque agora parece haver um aval do líder iraniano para que Teerã faça uma retaliação“, afirma.
Para os mercados, a escalada de tensões “tem levado parte dos investidores a buscar ativos mais seguros, como ouro e o dólar“, explica Galhardo.
Isso se soma à resposta dos investidores à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta quarta-feira, 31, após o fechamento dos mercados.
O BC (Banco Central) optou por manter a taxa básica de juros do país -a Selic- em 10,50% ao ano. No comunicado emitido após a decisão, adotou um tom mais duro ao enfatizar a necessidade de “maior vigilância” diante das conjunturas doméstica e internacional, que demandam “acompanhamento diligente e ainda maior cautela”.