O dólar iniciou setembro em alta frente ao real, voltando a se aproximar da marca dos R$ 5,45. A valorização de 0,33% registrada nesta segunda-feira, 1º/9, refletiu um dia de menor liquidez devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos e também o aumento da cautela do mercado diante do cenário fiscal brasileiro e da tensão política causada pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal).
No encerramento do pregão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,4401. Ao longo do dia, a cotação oscilou entre R$ 5,4149 e R$ 5,4495. No acumulado do ano, a moeda americana ainda recua 11,98% frente ao real, que mantém o melhor desempenho entre as principais moedas da América Latina.
Segundo a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, os investidores demonstraram desconforto com a proposta orçamentária enviada pelo governo ao Congresso. “O mercado não recebeu com bons olhos a primeira versão do orçamento de 2026. Apesar de prever superávit, há muita incerteza sobre o cumprimento das metas”, afirmou.
O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026 prevê superávit primário de R$ 34,5 bilhões (0,25% do PIB), alinhado ao novo arcabouço fiscal, mas analistas dizem ser muito otimismo e que seria prudente prevê déficit. No entanto, esse resultado depende da exclusão de despesas como precatórios e gastos com instituições científicas. Sem essas exclusões, o governo admite um déficit primário de R$ 23,3 bilhões.