O dólar voltou a fechar em alta nesta quinta-feira, 12/12, após duas sessões de recuo, à medida que fluxos de saída de estrangeiros e os altos prêmios de risco do país, impulsionados por temores fiscais, mais do que compensavam a euforia inicial dos investidores com a decisão do Copom na véspera, em pregão que ainda contou com um leilão de linha do Banco Central.
O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,90%, cotado a 6,0128 reais. Na B3, às 17h04, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,07%, a 6,029 reais na venda.
o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa brasileira, recuava 2,57%, para 126.259 pontos. Na véspera, tinha avançado 1,01.
Mais cedo, no início da sessão, o dólar chegou a recuar de forma acentuada com a reação positiva do mercado à decisão do Copom na véspera de elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais duas altas de mesmo tamanho no próximo ano.
A sinalização para as duas próximas reuniões pegou os investidores de surpresa. Além do fato de o BC vir evitando o fornecimento de um “guidance” para os encontros futuros, os analistas não previam duas altas da mesma magnitude no próximo ano.
A elevação da Selic aumenta o diferencial de juros do Brasil com as taxas de países com moedas fortes, como o caso dos Estados Unidos, o que torna o real bastante atrativo para operações de “carry trade”.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,05%, a 106,600.
Alguns analistas também chamaram atenção para as notícias sobre o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na visão deles, o recuo da moeda norte-americana já tinha se dado em parte na véspera por conta da informação de que Lula seria submetido a um procedimento complementar da cirurgia de emergência que realizou antes para drenar um hematoma no crânio.
O argumento é que a perspectiva de que a saúde do presidente possa impedi-lo de buscar a reeleição em 2026 abre espaço para um nome mais alinhado ao mercado.
Mais cedo, o Banco Central vendeu um total de 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra, mas as vendas não tiveram influência nas cotações.
Fonte: Terra