Nem sempre pessoas e entidades que defendem ordem, praticam aquilo que pregam e ainda tentam reclamar da morosidade da Justiça e de injustiça
Em 8 de setembro de 2019, o PT (Partido dos Trabalhadores) realizou, em todo o País, a eleição para escolha dos dirigentes dos Diretórios Municipais onde a agremiação tem representação.
Contudo, exatamente um ano depois, a Diretoria da Executiva Estadual do PT, na Bahia, sequer registrou o Diretório Municipal de Iaçu, na Chapada Diamantina a 278 km de Salvador, e as razões são as mais estapafúrdias possíveis.
A acachapante derrota da tendência do deputado federal Walmir Assunção na cidade (21 a 7), levou o parlamentar a exigir que duas das representantes dele no município integre a Diretoria, o que não foi aceito pela presidente eleita e empossada do PT, mas que não pode na cidade, pela 2° ano seguido, como em 2016, participar do pleito municipal.
Embora tenha recebido uma denúncia completa de incongruências e sem sequer nenhuma prova documental, o presidente estadual Eder Valadares e as lideranças do partido na Bahia se curvaram às pretensões do parlamentar, que ao longo da vida política, pregou defesa dos direitos dos sem-terra, mas que nada hora de respeitar uma derrota – virou minoria – mostrou que “democracia se prega, mas não se pratica”.
Assim, o PT em Iaçu não vai ter candidato a prefeito, a vice nem a vereadores e não poderá se aliar a nenhuma outra agremiação.
Das pessoas na foto, apenas Débora Gomes e Jardel (da ala de Eder, que foi fiscal) continuam no PT esperando seriedade da Direção. Eduardo Nascimento, pré-candidato a prefeito, e Charles Oliveira, hoje estão no PSOL, e Micherlanne Ferraz, pré-candidata a vereadora, está no PSD.
O incrível é quase todos possíveis candidatos a vereador ou vereadora e ao Executivo na cidade abandonaram o PT, que, em 2016 também ficou fora da disputa municipal. A pretensão praticamente liquidou o partido.
Como disse Rubens Ricúpero, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, e diplomata brasileiro, “Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. O episódio ficou conhecido como o escândalo da parabólica. Uma conversa informal vazou.
Apesar das cobranças da presidente eleita, Débora Gomes, mas que nada pode fazer, os “caciques” do PT baiano silenciaram para não contrariar quem quis mudar (Walmir Assunção) o resultado de uma eleição democrática e sem intercorrências que permitisse sequer aceitação de denúncias.