A Rede Raia Drogasil foi condenada a pagar R$ 56 mil de indenização à mulher; caso denunciado aconteceu em 2018
No primeiro dia de trabalho em uma farmácia, Noemi Ferrari foi vítima de racismo. “Essa daqui é a Noemi, nossa nova colaboradora. Fala um oi, querida. Tá escurecendo a nossa loja? Tá escurecendo. Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais“, assim ela foi apresentada por outra funcionária, que gravava um vídeo para enviar em um grupo do trabalho. Isso aconteceu em 2018, e o caso viralizou nesta semana após a vítima trazer o vídeo à tona.
A situação aconteceu na rede Raia Drogasil, em uma farmácia em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. A empresa foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região a pagar R$ 56 mil de indenização à ex-funcionária, conforme decisão emitida no ano passado.
“Sim, vocês estão vendo e ouvindo isso mesmo. Fui vítima não só de racismo, e não pretendo ficar em silêncio. Racismo e preconceito não é opinião, é crime”, escreveu na legenda do post.
O registro
Ainda nas redes sociais, Noemi chegou a compartilhar que com o valor da indenização que recebeu conseguiu dar entrada em um apartamento.
Na quinta-feira, 11, o CFF (Conselho Federal de Farmácia) se manifestou a respeito do vídeo, repudiando “com veemência qualquer ato de racismo ou preconceito no ambiente de trabalho farmacêutico”.
“Somente agora, sete anos depois, a vítima publicou em suas redes sociais o vídeo registrado na época. [..] O Conselho reforça que racismo é crime e deve ser denunciado, e continuará apoiando medidas para proteger trabalhadores e trabalhadoras contra qualquer forma de discriminação”, escreveram, em nota divulgada nas redes sociais.
O que diz a Raia Drogasil
Em nota ao Terra, a empresa afirmou lamentar profundamente o que aconteceu e reiterou seu compromisso com o respeito, a diversidade e a inclusão. “Nossa empresa não compactua com nenhum tipo de discriminação. Diversidade e respeito são valores primordiais”, afirmaram.
Fonte: Terra