Três pré-candidatos nas eleições municipais deste ano, em Iaçu, deixaram a agremiação dias antes de encerrar o prazo de mudança em razão de incertezas de que poderia estar no pleito, o que se confirmou. O PT está fora
Charles Oliveira, Eduardo Nascimento e Micherlanne Ferraz foram as grandes baixas do PT, em Iaçu, na Chapada Diamantina a 278 km de Salvador, que decidiram deixar o PT (Partido dos Trabalhadores) no mês passado por causa da incerteza – causada pelas Executivas Estadual e Nacional – que demoraram de reconhecer a eleição para escolha do diretório municipal, realizado no ano passado, o que não fizeram ainda. O fato impossibilita que o PT participe do pleito municipal deste ano, mais uma vez, como ocorreu em 2016. Ou seja, um dos maiores partidos do Brasil não vai ter candidato novamente na cidade.
Em conversa com Eduardo Nascimento e Micherlanne Ferraz, à redação do tudonews.com.br, que denuncia a inércia e estranho comportamento das Executivas, inclusive com suspeita de “busca de mudar o resultado da eleição enxertando a direção municipal há 4 meses”, eles explicaram ser “injustificável que o PT fique inviabilizado, mais uma vez, prejudicando todos os filiados que não poderiam participar da eleição” para atender interesses de um grupo que quer dominar o DM “ad eternum” não aceitando ter sido batido na urna por acachapantes 21 a 7, em 8 de outubro de 2019. A presidente eleita, Debora Gomes, envidou todos os esforços para o reconhecimento da legitima eleição da qual participou e foi escolhida democraticamente.
Para eles, era impossível conviver com um impedimento dessa envergadura, pois quase todos que participam de um partido, e sendo um dos maiores do País, e provocado intencionalmente pela própria Direção do PT, pleiteiam um dia estar na gestão municipal, no Executivo ou Legislativo pelo voto direto.
Por isso, explicam, deixamos a agremiação por essa circunstância triste e fomos abraçados pelo PSD (Partido Social Democrático), no caso de Micherlanne e PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) no caso de Charles e Eduardo Nascimento pelos quais podem ser candidatos.
Charles Oliveira (Professor Charles) PSOL
Charles é estudante de História na Uneb (Universidade do Estado da Bahia) e pós-graduando pela Unialsselvi. Era militante do PT há 2 anos e sempre sonhou disputar uma vaga na Câmara Municipal de Iaçu. Em 2019, foi Conselheiro Tutelar. Segundo ele, “brigas pessoais pelo poder e projetos individuais” resultaram no momento que o PT iaçuense vive. Agradece ao PSOL a oportunidade que deve ter, pois é pré-candidato a vereador.
Eduardo Nascimento (PSOL)
Histórico petista iaçuense, Eduardo Nascimento é formado em administração de empresas, foi funcionário e diretor da Odebrecht, diretor-administrativo do Irdeb (responsável pela TVE e Rádio Educadora FM), em Salvador, proprietário rural na Comunidade dos Campos, foi um dos primeiros Conselheiros Tutelares de Iaçu e também há quase 20 anos era filado ao PT. “Diante da situação que inviabilizou uma candidatura a prefeito ou vereador, e sou pré-candidato, não restou alternativa a não ser aceitar o namoro e o convite do PSOL”, afirma. Além disso, conhece a história política, administrativa e cultural de Iaçu. Inclusive, foi candidato a prefeito. O PSOL vai ter candidato a prefeito este ano.
Micherlanne Ferraz (PSD)
Formada em Biologia e Serviço Social, pós-graduada em gestão pública, ambiental e de projetos sociais territoriais, essa pernambucana casada com o comerciante Léo de Têto, mora em Iaçu há 18 anos, onde foi secretária de Assistência Social de 2005 a 2009, assistente social na Prefeitura de Itaberaba e coordenou por 2 anos a Habitação Municipal de Lajedinho, além de atuar na Embrapa Semiárido, em Petrolina/PE. Também trabalhou na Fazenda Canaã e EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola). Deixou o PT pelas mesmas razões de Charles e Eduardo. Está no PSD por ser um partido da base do governador Rui Costa. Ela é pré-candidata a vereadora. O PSD vai integrar uma chapa majoritária com candidato a prefeito ou vice.