O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil voltou a elevar a taxa Selic nesta quarta-feira, 6/11, desta vez em 0,5 ponto percentual, chegando em 11,25% ao ano.
O aumento consecutivo da taxa básica de juros básica da economia brasileira, que já era previsto pelo mercado financeiro, é o primeiro desde 2022. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, além do aumento de 0,5 ponto percentual, também é projetado que o país encerre 2024 com a taxa Selic em 11,75%.
A elevação nos juros acontece em meio a uma escalada do dólar. Nesta quarta-feira, 6, a moeda estrangeira chegou a ser negociada a R$ 5,86, por volta das 9h da manhã. Também nesta quarta, o republicano Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, outro fator de pressão para a moeda, devido às promessas de medidas protecionistas durante a campanha, freando as importações e diminuindo a entrada de divisas no Brasil.
A decisão do Copom também é ancorada em na pressão do mercado de trabalho brasileiro, assim como na última alta, em setembro, segundo o texto que acompanha a decisão do comitê. Confira o texto na íntegra:
O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6% no cenário de referência.
Fonte: Agência Brasil