Em três anos, foram registradas ao menos 553 ocorrências; respostas dadas foram evasivas, dizendo que os descontos eram previstos em lei
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) minimizou denúncias e reclamações feitas por aposentados via LAI (Lei de Acesso à Informação) sobre descontos indevidos em benefícios.
Um levantamento feito pela CNN no banco de dados da CGU (Controladoria-Geral da União), responsável por centralizar os pedidos da LAI, revela o registro de ao menos 553 ocorrências sobre o assunto desde 2022. Por que não fala a quantidade em cada ano? Estanho, não?
“Descontaram do meu benefício; contribuição Conafer valor 24,26 cod 249. Eu não autorizei este desconto, quero meu dinheiro de volta, isso para mim se chama golpe nos aposentados que ganha pouco e ainda paga empréstimo e para completar ainda vem esta Conafer extorquir. Isso é roubo”, escreveu o autor de um dos pedidos, três anos atrás.
O INSS respondeu de forma evasiva, alegando que o desconto está previsto em uma lei de 1991.
E informou que o titular do benefício poderia requerer a exclusão do desconto diretamente pela Central de Serviços Meu INSS.
O pedido, de acordo com a resposta, também poderia ser feito por meio de contato com a associação ou sindicato, solicitando a revogação ou cancelamento do desconto da mensalidade.
As reclamações seguiram em 2023 e 2024. Algumas das associações alvo de denúncia são citadas na operação da Polícia Federal (PF) e da CGU que apura descontos associativos indevidos que podem passar de R$ 6 bilhões.
É o caso da AAPPS/UNIVERSO, APDAP e Conafer.
Fonte: CNN