Em números absolutos com 2,7 milhões dos que não retornaram para tomar a 3ª dose, a Bahia tem 18% do público alvo sem o reforço
Pelo menos 32,9 milhões de brasileiros que já poderiam estar com a terceira dose de vacina contra a covid-19 no braço ainda não apareceram nos postos de aplicação. Sensação de segurança com as primeiras doses de imunização, notícias falsas, efeitos adversos das primeiras aplicações e falta de comodidade para receber o reforço são explicações dadas pelas secretarias estaduais de saúde para explicar o grande número de fujões.
Todos os estados foram consultados entre terça e quinta-feira da semana passada. Ao todo, dezoito secretarias estaduais responderam. No Rio de Janeiro e no Paraná, apenas as capitais disponibilizaram os dados. As demais unidades da federação não responderam ou disseram não ter as informações.
O estado com mais atrasados é também o mais populoso: São Paulo, que acumula 8 milhões de pessoas aptas à terceira dose que não apareceram nos postos, seguido pelo Pará, com 3,3 milhões, Minas Gerais, com 3 milhões, e Bahia, com 2,7 milhões. Como medida de controle da variante Ômicron, a dose de reforço deve ser dada no Brasil quatro meses após as duas primeiras aplicações, de acordo com o Ministério da Saúde.
A alta taxa de infectados no começo do ano também é apontada como fator que pode ter complicado o cenário pois, após a infecção, é preciso esperar 30 dias até receber um imunizante.
Apelo minguante
À frente da pasta da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti avalia que existia certo apelo para as primeiras aplicações, o que passou. Ele exemplifica que, antes, muitos postavam nas redes que foram receber as agulhadas, algo mais raro nos tempos atuais. O secretário ainda diz que a falta de comodidade pode ser fator determinante para que parte da população deixe de procurar o “booster” (reforço).
“É preciso que o processo seja menos burocrático e complexo em relação às datas de vacinação e locais. Pedimos que os municípios abram os postos para vacinar qualquer pessoa, sem data específica. Está sobrando vacina e há baixa demanda“, afirmou.
Alguns estados, caso do Mato Grosso do Sul e da Bahia, orientam que os municípios realizem busca ativa dos faltosos — isto é, tentem encontrar quem está em débito com a vacinação. No Tocantins, a aposta é em programas educativos a favor da imunização nas redes sociais, rádio e TV.
Fonte: ig.com.br