A italiana estava internada em Roma
A atriz italiana Gina Lollobrigida, um símbolo sexual mediterrâneo que passou a representar o vibrante renascimento da Itália depois da Segunda Guerra Mundial, morreu aos 95 anos, disse a ex-advogada nesta segunda-feira, 16/1.
Depois de um início humilde, Lollobrigida contracenou com estrelas de Hollywood como Humphrey Bogart, Rock Hudson, Burt Lancaster, Tony Curtis e Frank Sinatra, e se tornou um dos ícones do cinema mais reconhecidos dos anos 1950 e 1960.
La Lollo, como é carinhosamente conhecida na Itália, morreu em uma clínica em Roma, disse a advogada Giulia Citani.
Lollobrigida tornou-se fotógrafa e escultora depois de se afastar do mundo do cinema. Em setembro passado, ela não obteve sucesso em uma tentativa de conquistar uma cadeira no Senado italiano por um partido político de esquerda nas eleições nacionais.
Agressões sexuais
Gina Lollobrigida disse que foi vítima de agressões sexuais, mas considerou que é preciso ter coragem para denunciar no momento do fato, e não anos mais tarde. “A primeira vez, eu era inocente, não conhecia o amor, não conhecia nada. Então foi grave e a pessoa era muito conhecida. Eu tinha 19 anos, ainda estava na escola“, declarou a atriz, no programa “Porta a Porta”, da RAI TV, em 2017. Falando com poucas palavras e grande dignidade, ela explicou que por duas vezes sofreu agressões sexuais “bastante sérias” de um estranho e de um italiano.
“As agressões sexuais, ficam em você e marcam seu caráter. É algo do qual você não consegue se livrar. Suas ações estão sempre sujeitas a essas memórias terríveis“, disse ela. Um mês após as revelações sobre o produtor Harvey Weinstein, acusado por uma centena de atrizes e ex-colaboradoras de assédio, agressão sexual ou estupro, muitas vozes se elevaram e outros ídolos caíram. Na Itália, várias atrizes assumiram a defesa do diretor Giuseppe Tornatore, autor de “Cinema Paradiso” em 1988, Oscar de melhor filme estrangeiro em 1990, acusado de ter importunado uma atriz há 20 anos, o que negou.