Caboclo retaliou roupas e amizades de denunciante; presidente da CBF solta nota. Além de chamar mulher de ‘cadelinha’, o presidente da Confederação teria acuado funcionária e citado a esposa em conversa
Após ser formalizada uma denúncia contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol Rogério Caboclo por assédio moral e sexual, mais um capítulo da acusação foi noticiado neste sábado. Caboclo teria retaliado a funcionária que o denuncia, apontando as vestimentas da mulher como inapropriadas e regulando amizades dela na Confederação, onde trabalha desde 2012.
Antes disso, o político mais alto do futebol brasileiro teria obrigado a funcionária a dar falso testemunho e assinar documento negando o assédio. O caso ocorreu em março de 2021, após uma reunião na casa do dirigente, em São Paulo.
– Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas – disse a denunciante.
No dia seguinte aos insultos e desrespeitos, a funcionária confrontou Caboclo – ele que irá para a CPI da Covid-19 – e teria dito para ele que nunca havia se sentido tão humilhada e ridicularizada. O cartola teria respondido que não se intrometeria mais na vida pessoal dela, contudo, exigiu que a mulher não mantivesse mais nenhuma relação pessoal ou de amizade ou com ninguém da CBF.
Na mesma conversa, o dirigente relata que as roupas de trabalho dela não eram compatíveis com a função. Ainda segundo a denúncia feita, Rogério exigiu que ela mudasse suas vestimentas, solicitado até dinheiro para comprar novas roupas.
Cerca de sete dias depois, o presidente teria chamado a funcionária para uma conversa no jardim de inverno da sala da presidência, segundo a denúncia feita ao Conselho de Ética da CBF. Caboclo ofereceu então bebida alcoólica para a funcionária, além de ter pedido para que ela retirasse a máscara contra a covid-19.