Empresa tem 6 meses que não consegue realizar medições e não recebe faturas há 4 meses. Falhas e erros já foram inclusive identificados pelo TCE prejudicam população
A obra atrasada da Embasa em Camaçari, na Região Metropolitana a 53 km de Salvador, causa odor (mau cheiro) e, ao que parece, tudo isso como consequência de ações de diretores da própria concessionária que estariam perseguindo o Consórcio Bahia Projemissão, responsável pela ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da cidade, onde estaria ocorrendo um impasse entre a Embasa e o Consórcio. A obra de ampliação de abastecimento de água beneficiaria a população de 299 mil pessoas com investimentos de mais de R$ 30 milhões.
A denúncia de moradores de Camaçari é que as obras estão se arrastando há quase uma década e causando transtornos a vida e saúde de crianças e idosos, principalmente nas localidades de Lama Preta, Parque Verde, Santo Antônio, Novo Horizonte e Nova Vitória, que são os mais afetados. Os moradores, que estão em busca de soluções para a obra, isso tudo ocorre em meio a suspeitas de projetos malfeitos, outros supostamente superfaturados, além de possíveis desvios de recursos e beneficiamento de “terceiros”. Quase toda a população do município de Camaçari sofre sem a ampliação da rede de água, que é deficiente.
Assim que recebemos a denúncia, procuramos a empresa e os responsáveis do consórcio Bahia Projemissão. Um dos gerentes que não se identificou, informou que em 2018 participou do processo licitatório iniciado na Diretoria de Empreendimentos. A empresa se sagrou vencedora, atendendo todas as exigências contidas no edital. Essa empresa, porém, só foi chamada para a assinatura do contrato e emissão da ordem de serviços quase um ano depois: em junho de 2019.
Nos bastidores da empresa e da concessionária, a informação é que o referido consórcio teria “furado” a licitação e vencido o processo que teria sido ganho por outra se todos os trâmites normais fossem seguidos. Segundo a apuração, em outras diretorias da Embasa, a exemplo da do interior esse fato também vem ocorrendo.
Uma pessoa de pré nome “Rita” estaria comandando a situação de retaliação. Assim como aconteceu quando o mesmo contrato foi licitado anteriormente, e foi rescindido amigavelmente, fato este citado num relatório do TCE, alegando falhas de projeto, as quais permaneceram no novo processo licitatório.
Em contato com a assessoria de imprensa do consórcio, uma retaliação poderia estar ocorrendo, pois, a empresa não receber medição há 4 meses, mesmo tendo feito todos os serviços para os qual foi contratada. Segundo nossa apuração, uma denúncia de mesmo teor já havia ocorrido junto ao Tribunal de Contas do Estado no ano de 2015, quando uma outra empresa que executava serviços também não estaria recebendo recursos por conta de também ter “furado” outra licitação.
O Consórcio Bahia Projemissão alegou que diversas vezes vem tentando reuniões com a Diretoria de Empreendimentos, através do presidente Rogério Cedraz. Tivemos acesso a dois ofícios emitidos em 25 de junho, que ocorreram na Governadoria do Estado, na Secretaria de Recursos Hídricos e também na Diretoria de Empreendimentos. A empresa até agora não obteve retorno. Assim como conhecimento de inúmeras irregularidades causadas pela Diretoria de Empreendimentos, como recusa no fornecimento de material e abertura de novas frentes de trabalho, bem como recusa em se reunir com o engenheiro contratado, além de licitar um mesmo projeto, considerado inexequível pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2017 por inconsistência. Segundo o consórcio, uma comissão viciada cheia de erros e arbitrariedades foi instituída contra o consórcio apenas com o intuito de ocultar as arbitrariedades das ações cometidas pela Embasa.