A TV Record foi condenada pela Justiça de São Paulo por conta de erros em reportagens. O canal de SP foi alvo de duas decisões judiciais no mesmo dia por conta de gafes cometidas em materiais jornalísticos, o primeiro pelo Cidade Alerta e o outro pelo Balanço Geral Manhã.
A primeira ação foi aberta por uma aposentada. Em setembro de 2020, a mulher em questão foi apontada pelo Cidade Alerta como suspeita de ter assassinado a proprietária do imóvel em que ela morava.
E mais: a mesma pessoa foi filmada sem consentimento e a reportagem expôs que a polícia estava atrás de provas para acusá-la formalmente. Assim, todos ao redor da mulher passaram a apontá-la como assassina.
Em laudo pericial feito mais tarde, a polícia descobriu que a vítima morreu de trombose pulmonar. Para a Justiça, a defesa disse que em nenhum momento o Cidade Alerta deu qualquer matéria esclarecendo os fatos.
A Record rebateu e disse que a aposentada exagerou nas alegações e que a reportagem foi imparcial e que em nenhum momento houve qualquer tipo de acusação ou juízo de valor. A Justiça discordou.
O juiz Guilherme Oliva não aceitou a argumentação e condenou o canal a indenizar a aposentada em R$ 30 mil por danos morais. A Record pode recorrer da decisão.
Após Cidade Alerta, Record paga o preço por erro no BG
No outro processo, um vendedor reclamou que foi tratado como violento e agressor de mulheres em uma edição do Balanço Geral Manhã de maio de 2021. Ele declarou em juízo que a reportagem o acusou de agredir e perseguir sua ex-esposa, sem chance de defesa.
O homem comentou ainda que os apresentadores da Record fizeram chacota da situação, dizendo que a ex-mulher estava com um “Ricardão”. As acusações foram arquivadas pela Justiça, pois não foi encontrado elementos para a acusação.
Em defesa, a Record informou que as informações foram conseguidas por investigação jornalística, mas o juiz Gustavo Correia entendeu que a emissora desrespeitou o princípio básico do jornalismo profissional: o cruzamento de informações por meio de fontes distintas.
No processo, a emissora foi condenada ao pagamento de R$ 15 mil, mas pode recorrer da decisão.