O comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, disse ter sentido que as negociações com os pares norte-americanos estão se aproximando de “um bom resultado para ambos os lados”, mas a nova ameaça tarifária criou “uma nova dinâmica”
Os ministros da União Europeia concordaram neta segunda-feira em priorizar as negociações com os Estados Unidos para evitar tarifas de 30%, que, segundo o chefe de comércio da UE, destruiria o comércio transatlântico.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no sábado que vai impor tarifas de 30% sobre a maioria das importações da União Europeia a partir de 1º de agosto, embora diplomatas digam que ainda há tempo para chegar a um acordo para evitar isso.
O comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, disse ter sentido que as negociações com os pares norte-americanos estão se aproximando de “um bom resultado para ambos os lados”, mas a nova ameaça tarifária criou “uma nova dinâmica”.
Taxação
No sábado, 12/7, o presidente dos EUA divulgou que as importações da UE enfrentariam uma tarifa de 30% a partir de 1º de agosto, prejudicando o otimismo europeu de que as negociações para garantir uma taxa ainda dolorosa de 10% estavam quase finalizadas.
Em resposta ao último prazo de Trump, a UE decidiu adiar as contratarifas retaliatórias sobre € 21 bilhões em produtos dos EUA, que deveriam entrar em vigor à meia-noite de segunda-feira, até 1º de agosto.
Brasil quer ser o herói perdido
Um novo projeto de lei bipartidário apresentado no Congresso dos Estados Unidos pode provocar um forte impacto na economia brasileira. Com apoio de 85 dos 100 senadores, a proposta prevê tarifas de até 500% sobre produtos importados de países que continuam comprando petróleo, gás e urânio da Rússia, e o Brasil é citado nominalmente como um dos principais alvos.
A medida foi elaborada por senadores democratas e republicanos como uma tentativa de pressionar países que, na visão de Washington, estariam financiando indiretamente o esforço de guerra russo na Ucrânia. O senador republicano Lindsey Graham, um dos autores do projeto, foi direto ao citar os países que correm o risco de sanções: “China, Índia e Brasil, vocês estão prestes a se prejudicar muito se continuarem ajudando Putin”, declarou em entrevista à CBS News. Graham classificou a proposta como uma “marreta econômica” que pretende forçar o presidente russo, Vladimir Putin, a negociar o fim da guerra.