Anunciado por redes sociais, o projeto de ajuda a famílias de estudantes ainda não chegou à Câmara Municipal, mas a reação da base pelo ínfimo valor é não aprovar o que consideram “migalha”
Enquanto Salvador, com receita proporcional à população menor (R$ 2,25 mil) ou menos que é a metade de Candeias dos R$ 4,9 mil, oferece R$ 270 mais cesta básica, a “gestão placebo candeense” quer transferir a irrisória quantia de R$ 50 para os 12 mil alunos da rede municipal sem aulas e merenda escolar há 20 dias.
Madre de Deus, que tem receita per capita de R$ 7,69 mil liberou para ambulantes a modesta quantia de R$ 400 (total até agora de R$ 51,2), ou seja, menos que a arrecadação diária da cidade ou menor que o salário-dia do prefeito, vice ou de cada um dos vereadores, mas adiantou alguma coisa aos de maior necessidade.
Os R$ 50 multiplicados pelos 12 mil alunos seriam R$ 600 mil por mês, apenas 12h (meio-dia) de receita de Candeias, a cidade que teve 21 secretários até sexta, 3, contra 15 em Salvador com 33 vezes mais população (2,97 mi contra 89 mil). Os R$ 50 (5% do salário mínimo), menos R$ 10 de transporte, compram a menor cesta básica em Candeias. Inacreditável.
Base reage à migalha
Nas últimas quatro sessões convocadas pela presidente da Câmara Municipal de Candeias, Lucimeire Magalhães, dos 12 vereadores que apoiam a administração nem a metade ficou Plenário para ar quórum e poder realizar o trabalho para os quais foram eleitos.
Quase todos foram à Câmara, ficaram nos corredores e receosos com as propostas do vereador Arnaldo Araújo (MDB) protocoladas no fim de março que indicam R$ 300 para ajuda a ambulantes e autônomos, pagamento das rescisões praticadas pela atual gestão desde janeiro de 2017 e isenção ou prorrogação de impostos e taxas municipais, como propôs demagogicamente o prefeito que, ao lado dos de Madre de Deus e São Francisco do Conde, pediram a justiça para a Embasa não cortar a água por inadimplência, medida que já havida sido anunciada três dias antes.
Nos bastidores e entre paredes, os vereadores do “favorável” comentam entre amigos que não dá para recusar as propostas da oposição, inclusive o da base, que Waldir Cruz (Republicanos) protocolaria pedindo de ajuda ainda maior – R$ 500 –, mas também é difícil rejeitar os pedidos de providência de Arnaldo Araújo já mencionadas acima.
Descaso
Enquanto isso, os moradores da cidade rica, entre as 10 da Bahia, que em três anos arrecadou R$ 1,2 bilhão, tem em caixa R$ 280 milhões, creches, escolas, postos de saúde, repartições públicas sucateadas, obras com verba federal malfeitas, salário de servidor arrochado, micros e pequenos empresários fechando as portas, desemprego em alta, o prefeito – que estudou para salvar vidas – e secretária de Assistência Social para cuidar do bem-estar ignoram as 30 mil pessoas que precisam do apoio do município, mas sequer enviam um projeto para a Câmara, mas passaram 3 dias convidando pré-candidatos para arrumar apoio na eleição de outubro porque querem continuar no “Projeto Placebo Familiar”, que emprega de irmão a genro.
Yancey Cerqueira, Dr. h.c
Radialista DRT/BA 06