Sem ter sido convidado, o presidente-tampão da CBF não participou da premiação dos atletas após a final do Mundial de Clubes da FIFA
Mesmo em tempos de pandemia e com uma alta recessão no país, o presidente-tampão da CBF, Ednaldo Rodrigues, desembarcou em Abu Dhabi para acompanhar a participação do Palmeiras no Mundial de Clubes. Contrário ao que pensam diversos presidentes de federações que acharam a viagem desnecessária, com R$ 1 bilhão nos cofres da entidade, ao que tudo indica, dinheiro não é problema, nem mesmo para bancar as despesas da comitiva que foi passear nos Emirados Árabes de primeira classe em voos de carreira.
Sem dominar a língua inglesa e na ausência de um intérprete, até para pedir uma água nos lugares que passava, Rodrigues precisava de ajuda. Ao lado de diversos vice-presidentes que o acompanham na viagem, o dirigente baiano se encontrou com o presidente da FIFA, Gianni Infantino que educadamente atendeu ao presidente em exercício da CBF sem muita pompa, tendo em vista que o pedido para o encontro partiu do Brasil, segundo interlocutores, “apenas para sair na foto”.
Durante a transmissão do confronto final entre Palmeiras e Chelsea, Ednaldo apareceu ao lado de Leila Pinheiro, presidente do Palmeiras que não escondeu a insatisfação de estar ali. Sem ser citado na transmissão do jogo, a presença de Rodrigues foi tão anônima quanto a do árbitro do jogo que fez uma excelente partida.
Buscando apoio para se manter no poder mesmo sem os votos necessários para isso, o presidente em exercício da CBF que até pouco tempo era um vice sem expressão no futebol, parece estar vivendo um conto de fadas que com a eleição pode acabar. Ao invés de se preocupar em melhorar o futebol e a arbitragem, Ednaldo tem se dedicado a viajar nos jatos da CBF para todo o canto, já que a permanência no poder é incerta.
Depois de se comprometer fazer uma reformulação na gestão do futebol logo que assumiu a pasta, o que se viu até agora foi um presidente perdido e sem perspectivas de continuar, mesmo buscando a todo custo apoio das federações, inclusive oferecendo uma generosa contrapartida institucional.
Nos bastidores não só em Abu Dhabi, como no Brasil, diretores da CBF e vários presidentes de federações já não mais escondem a insatisfação com o que vem sendo feito até aqui, especialmente pela dificuldade que Ednaldo Rodrigues tem de bancar o que se compromete. E são vários os relatos. Esse perfil desagrada os filiados que há tempos discutem a saída.
Enquanto isso, Rodrigues segue na cadeira utilizando o estatuto para se manter presidente, mesmo contra a vontade de uma quantidade considerável de clubes, federações e até de vices. Tudo isso se assemelha ao que se viu na gestão Antônio Nunes que, ao que tudo indica, virou um modelo para a CBF que insiste no erro de ter um vice meramente ilustrativo presidindo a casa do futebol.
Fonte: Tribuna do Apito