Vítima se trata de um paciente do sexo masculino, que estava com imunidade baixa e possuía comorbidades que levaram ao agravamento do quadro
O Brasil registrou a primeira morte por varíola dos macacos, confirmou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 29/7. Em nota, a pasta informou que a vítima se trata de um paciente do sexo masculino, com 41 anos, que estava com imunidade baixa e possuía comorbidades, incluindo um câncer, que levaram ao agravamento do quadro.
“Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte (MG), sendo depois direcionado ao CTI. A causa de óbito foi choque séptico, agravada pelo Monkeypox“, diz a nota.
É a primeira morte pela doença fora da África desde que a varíola dos macacos voltou a atrair a preocupação das autoridades sanitárias mundiais.
No último sábado, 23, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países.
Em uma semana, o Brasil registrou um crescimento de 65% nas notificações de varíola dos macacos. Na quarta-feira, 27, os registros chegaram a 978 casos confirmados, conforme dados do Ministério da Saúde. Há uma semana, eram 592. São Paulo é o Estado com mais registros (744), seguido do Rio (117) e de Minas Gerais (44).
Ainda nesta sexta, a Prefeitura de São Paulo confirmou o registro de três casos de varíola dos macacos em crianças no município. São as primeiras notificações no público infantil. Conforme informou a Secretaria Municipal da Saúde, todas estão em monitoramento, sem sinais de agravamento.
Surgimento dos casos de varíola dos macacos
O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa e da Ásia, assim como Estados Unidos, Canadá e Brasil, confirmaram casos.
Como a varíola dos macacos é transmitida
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.