Julgamento se encerrou nesta segunda-feira e jogador vai recorrer ao CAS; ele foi condenado por 5 votos a 4
O jogador do Flamengo Gabigol pegou dois anos de suspensão em julgamento por fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle antidopagem, no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD). Ele respondeu por infração ao artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA) e a pena poderia chegar a quatro anos de suspensão. A votação foi apertada: 5 votos a 4 contra o atleta. A equipe vai recorrer a CAS (Corte Arbitral do Esporte). Gabigol está fora da final do Carioca, no sábado.
O julgamento foi realizado de forma remota e Gabigol foi defendido pelo especialista Bichara Neto. Daniel Chierighini Barbosa, auditor do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD), foi o relator.
A pena contará a partir do dia 8 de abril de 2023, data da coleta realizada no CT do clube. Ou seja, o afastamento será de cerca de um ano se ele não conseguir reverter o quadro no CAS. Isso porque, o tribunal entendeu ter havido uma demora no processamento do caso não atribuível ao atleta. Assim, retroagiram o início da contagem da pena.
O julgamento havia começado na segunda-feira passada e durou cerca de 5 horas. Foi interrompido por causa da demora (se estendeu até 19h) e pela indisponibilidade de alguns auditores. Foi retomado nesta segunda-feira, às 14 horas, com as “alegações finais” e os nove votos dos membros do Pleno do TJD/AD. Ao todo, o julgamento teve cerca de 8 horas. Ele foi julgado pelo Pleno do TJD/AD por ser um “atleta de nível internacional”.
Em nota publicada minutos após a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD), o Flamengo disse estar “surpreso” com a pena recebida pelo atacante e afirmou que auxiliará o atleta na apresentação de recurso ao CAS.
A peça de acusação considerava que Gabigol tentou deliberadamente impedir o controle antidoping realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e ainda atrasou as coletas de sangue e urina, que foram feitas de maneira surpresa, no CT do clube, em 8 de abril.
Consta no processo que Gabigol tentou esconder a genitália na hora de urinar no pote e foi agressivo com os oficiais responsáveis pelo exame. Ao urinar “escondido”, sem permitir que o fiscal visualizasse a urina saindo do pênis dele, Gabigol deu brecha para ser denunciado por tentativa de fraudar o antidoping.
Fonte: O Globo